Este espaço comunicativo foi pensado com o propósito de facultar a todos os interessados um conjunto de reflexões e recursos didácticos relativos ao ensino das disciplinas de Filosofia e Psicologia, acrescentado com alguns comentários do autor.

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Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009

No Reino da educação... por Medina Carreira

 

 

Recentemente o conceituado e antigo Ministro das Finanças, Prof. Medina Carreira, disse no programa conduzido pela jornalista Fátima Campos Ferreira, 125 Minutos com… , que o projecto conjunto do Ministério da Educação e da Segurança Social, "Novas Oportunidades", “é uma trafulhice de A a Z, é uma aldrabice.”(…) “Eles [os alunos] não sabem nada, nada”. E acrescentou: “a educação em Portugal é uma miséria… as escolas produzem analfabetos.”
A iniciativa que visa alargar a formação de jovens e adultos até ao 12º ano “é uma mentira” promovida pelo governo”. “[Os alunos] fazem um papel, entregam-no ao professor e vão-se embora. E, ao fim do ano, entregam-lhes um papel a dizer que têm o 9º ano de escolaridade. Isto é tudo uma mentira. Enquanto formos governados por mentirosos, este país não tem solução”.
“Eles não sabem coisa nenhuma… o que é que se vai fazer a esta cambada de 14,16 e 20 anos que anda por aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropafandanga”.
Ora, na condição de “jovem” professor e também de alguém que gosta destas questões do ensino em Portugal e «português», venho congratular-me por finalmente uma personalidade pública ter a coragem de bater com a mão na mesa e dizer um pouco do que vai mal no reino da educação.
De facto, nos últimos 10 anos muito se tem experimentado no ensino nacional (por exemplo, no ensino nocturno, as reformas já enchem quase uma mão e, relativamente aos exames de equivalência à frequência, as sucessivas variações perfazem já duas…) e ninguém responsável explicou, quer aos professores quer aos alunos e seus encarregados de educação, quais os objectivos e razões para tantas alterações.
Será que o grande objectivo é mostrar às instituições internacionais que já não somos um país de analfabetos? Ou que agora os nossos alunos estão mais empenhados e motivados para aprenderem que antigamente? Mas, tudo isto não será também o resultado de novas políticas educativas e medidas que conduziram a um excesso de laxismo e facilitismo nas nossas escolas?
Bem, a questão persiste: qual é o empresário ou industrial estrangeiro que com este cenário e com tantas flutuações nos mercados internacionais e no nosso sistema de ensino, se arrisca a investir no nosso país e confia nestes projectos de certificação atabalhoada de competências que muitas das vezes não são verdadeiramente comprovadas pelos formadores? Será que a beleza da legislação produzida no nosso riquíssimo parlamento, e promulgada em Belém, consegue ainda iludir alguém ao ponto de fazer um capitalista abastado investir milhões em terras lusitanas?
Para já, uma certeza: até agora a adesão dos formandos ao programa "Novas Oportunidades" tem sido avassaladora. Contudo, o  que mostrarão os resultados a médio e longo prazo? Talvez aquilo que sabiamente pronuncia o velho ditado popular: “quantidade não é sinónimo de qualidade”.

Miguel Alexandre Palma Costa


rotasfilosoficas às 19:26

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Terça-feira, 15 de Dezembro de 2009

Aquecimento Global: Reflexões...

«O aquecimento do planeta é uma arma de destruição maciça, «pelo menos tão perigosa como as armas químicas, nucleares ou biológicas». A ideia é defendida pelo antigo presidente do Instituto Britânico de Meteorologia, hoje citado no «The Guardian».
 
TSF 28 de Julho 03
 
«Só em Maio, 562 tornados atingiram os Estados Unidos, matando 41 pessoas», defende John Houghton, antigo presidente do Instituto Britânico de Meteorologia, num artigo hoje publicado no «The guardian».
«Mas são os países em desenvolvimento» os mais atingidos, continua o também ex-vice presidente do grupo de trabalho nomeado pela ONU para reflectir sobre os efeitos das mudanças climáticas.
Sir Houghton exemplifica a sua tese com a vaga de calor que atingiu a Índia, este antes da época das monções: «Quando esta vaga de calor assassino começou a baixar já tinha morto 1.500 pessoas, ou seja, metade das vítimas dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque».
Tal como o terrorismo, o aquecimento climático induzido pelo Homem «não conhece fronteiras. Pode atacar em qualquer lado, de qualquer forma – uma vaga de calor num local, uma seca, uma cheia ou uma tempestade noutro», acrescenta.
O cientista diz ainda que nem sequer se trata de um problema para o futuro. «A década de 90 foi provavelmente a mais quente dos últimos mil anos e 1998 foi o ano mais quente. O aquecimento global já está entre nós» – escreve.»
 
 
A Poluição, o Protocolo de Kyoto e o incumprimento do PEC
 
«A NASA tornou públicas várias imagens em «http://www.gsfc.nasa.gov/gsfc/earth/terra/co.htm» onde podemos observar o movimento da poluição e dos contaminantes atmosféricos no nosso planeta.
Através destes dados experimentais encontramos que a poluição atmosférica atravessa Continentes e transpõe os Oceanos, tornando-se num fenómeno Global que atinge, em maior ou menor grau, todos os Países do Mundo mas com especial incidência nos países do Hemisfério Norte.
As imagens por satélite da poluição atmosférica não são exclusivas dos Estados Unidos, também a União Europeia com o projecto EUROTRAC-2 «http://www.gsf.de/eurotrac/» segue atentamente o movimento das nuvens poluidoras que são geradas num determinado País e afectam, primordialmente, todos os países da região circundante. Realcemos que neste projecto Europeu de importância Mundial participa a Universidade de Aveiro pelo Departamento de Ambiente e Ordenamento.
Uma das conclusões destes programas de investigação foi que a principal causa responsável pela emissão dos poluentes mais distribuídos na atmosfera é a grande afluência de tráfego e as condições de condução nas cidades. Logo um dos resultados mais conhecidos do projecto EUROTRAC-2 é o gráfico da distribuição da poluição do NO2 (ou dióxido de azoto). Este gás é o precursor da maioria dos ciclos oxidantes que ocorrem na atmosfera. O dióxido de azoto resulta essencialmente da oxidação do óxido de azoto emitido pelos escapes dos automóveis e desempenha um papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos como o ozono. Estes dois poluentes provocam um efeito nefasto na saúde pública e nos ecossistemas a partir de determinadas concentrações que são, infelizmente, frequentes na Europa Central.
Por outro lado nestes últimos dias os Meios de Comunicação confirmaram que a Rússia não vai assinar o Protocolo de Quioto (ou «Kyoto») juntando-se a outros países do Terceiro Mundo (Como a China e a Índia) que não são obrigados a cumprir este Protocolo. Pela sua vez o maior poluidor do Mundo, os Estados Unidos da América, já tinha anunciado que não cumprirá este Protocolo de Kyoto que pretende reduzir a poluição atmosférica Global.
Assim, somente a União Europeia e o Japão ficam para cumprir este Protocolo que vai beneficiar toda a Humanidade e todo o Ecossistema Mundial. Mas dentro da União Europeia encontramos críticas e análises alarmantes pelo facto de serem os países Europeus da Bacia do Mediterrâneo (e estes liderados pela Espanha) os que prevêem ter os maiores custos económicos associados ao cumprimento do Protocolo de Kyoto. Custos estes que já estão estimados na ordem de 1 a 5% do Orçamento anual dos respectivos Estados.
Por outro lado, estes países europeus depois de verem como foi incumprido o Pacto de Estabilidade na zona EURO pela França e pela Alemanha não vão querer ser eles a pagar à União Europeia, nem aos países do centro e norte de Europa, qualquer incumprimento no Protocolo de Kyoto.
O próprio governo da Alemanha depois de ultrapassar o Pacto de Estabilidade (e que foi originalmente proposto por ele) está a sentir dificuldades para reduzir a poluição atmosférica até os valores máximos determinados no Protocolo de Kyoto devido, em parte, ao fecho programado das Centrais Nucleares.
Podemos concluir que a poluição atmosférica é um problema Global que deveria ser resolvidos por consenso mundial. Mas na dita «Real Politik» os consensos Mundiais não existem a não ser em situações dramáticas e no limite do humanamente aceitável.»
 

Manuel Peres Alonso 12-12-2003 Lusomundo


rotasfilosoficas às 11:17

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Sábado, 5 de Dezembro de 2009

Para que serve a Filosofia?

 Para aprender a pensar e ensinar a morrer. Especialistas em direito, medicina, física e filosofia dizem que a diminuição do peso da disciplina no ensino é "um erro grave".

 
Como um sabonete me ajudou a compreender a “ética da observação”
 
A primeira experiência de trabalho de campo na Índia levou Rosa Maria Perez a uma pequena aldeia do Gujarat onde não havia electricidade nem água corrente.
Inicialmente, Perez enfrentou grandes dificuldades de comunicação nesta pequena comunidade hindu, mas acabou por fazer o seu trabalho. Em pouco tempo, estava integrada e tinha transmitido aos habitantes o hábito do uso do sabonete, que passou a comprar para muitos deles nas suas idas à cidade de 15 em 15 dias.
Quando regressou à aldeia anos depois, para novo período de estudo, ficou surpreendida e compreendeu que tinha cometido “um erro”. Apesar de ter enfrentado três anos de seca e de não haver arroz nem vegetais, a aldeia não tinha deixado de usar o sabonete que ela lhe tinha dado a conhecer. “Só então reparei que o sabonete tinha passado de um objecto lúdico e de sedução, a objecto de poder e a indicador de estatuto. As pessoas estavam divididas entre as que tinham sabonete e as que não tinham”. É em parte por causa deste episódio que Perez não é hoje capaz de conceber a Antropologia sem humanismo nem sem Filosofia. “A filosofia ensinou-me a olhar – há na Filosofia uma ética da observação a que a Antropologia é relativamente alheia”. Com ela, resumiu a filósofa Maria Filomena Molder, é reforçada a “preocupação de o observador não interferir no objecto observado”.
A filosofia está a desaparecer dos currículos e isso compromete a formação das pessoas. Deixar que a disciplina seja progressivamente apagada limita o acesso dos alunos a um instrumento de conhecimento que ensina a pensar e a olhar, defendem os que se opõem à eliminação do exame nacional de filosofia para o 10.º e 11.º anos, determinada por um decreto-lei de Fevereiro deste ano. (…)
 
A filosofia e a arte de morrer
 
Para os não-filósofos que estiveram no debate, a importância da filosofia é muito mais quotidiana do que académica, embora a sua manutenção nos currículos não deva ser posta em causa.
Lobo Antunes, neurocirurgião e autor de livros como Um Modo de Ser, começou a interessar-se pela filosofia com três obras de Paul Foulquié, mas foi com o filósofo português Fernando Gil que a curiosidade se intensificou.
“O Fernando Gil escreveu que «a filosofia é um acto de inocência porque interroga o admirável do mundo», lembrou Lobo Antunes, para quem é impossível conceber a medicina sem a filosofia e a poesia: “A poesia ensinou-me a apurar o rigor no uso das palavras porque no poema, tal como no genoma, basta uma palavra para que saia monstruoso, perro, coxo. A filosofia permite-me interrogar o que de admirável há no sofrimento e, para citar [Michel de] Montaigne, permite aprender e ensinar a morrer. Há na filosofia uma ética da esperança e um desafio à alegria de pensar.”
Tal como Lobo Antunes, o matemático Nuno Crato e o físico Carlos Fiolhais consideram um “erro grave” o desinvestimento no ensino da filosofia. Para o primeiro, ela forma com a matemática (raciocínio lógico, quantitativo e qualitativo) e o português (ler, dialogar, interpretar) o grupo das “três áreas fundamentais na formação do cidadão”. Para o segundo, é um instrumento para “ensinar a pensar bem”.
 
O “direito à filosofia”
 
“Fui para a física porque achei que ela me escondia qualquer coisa”, disse Fiolhais.
“Podia ter escolhido a filosofia, que formula questões sobre tudo. A física faz menos perguntas e é mais fácil”. A ligação entre as duas disciplinas sempre foi evidente – vem de Kant, que começou como físico, a primeira ideia de galáxia, explicou.
“Ainda que de maneiras diferentes, a física e a filosofia preocupam-se com o indivíduo, pensam nele. Mesmo os grandes computadores servem para resolver os problemas humanos.”
Fernanda Palma, professora da Faculdade de Direito de Lisboa e juíza do Tribunal Constitucional, introduziu no debate a questão do “direito à filosofia”, definindo-o, a partir do filósofo francês Jacques Derrida, como “o direito a pensar as coisas até ao fim”. Para a jurista, a filosofia continua a ser central porque o direito a ela está relacionado com “o dever da sociedade em garantir a liberdade de pensamento”.
A antropóloga Rosa Maria Perez recorreu a uma das suas primeiras experiências de campo na Índia para falar da importância da filosofia na observação de outras culturas (ver caixa) e na desconstrução de processos cognitivos.
Para fechar o debate, o filósofo José Gil sublinhou o “laço profundo” que há entre o acto de pensar e a filosofia e responsabilizou a “sociedade da opinião” – a opinião é o principal inimigo da filosofia, disse, porque tem certezas e não dúvidas – pelo progressivo desaparecimento da disciplina. “Quando uma criança de quatro anos pergunta porque é que a árvore se chama árvore está a filosofar, só que não sabe.” (…)
 
In Público, 16/12/2006

 


rotasfilosoficas às 20:01

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