No passado dia 25 de Junho, pelas 18 horas e alguns minutos fui pai… (palavra arrebatadora e que só faz verdadeiramente sentido quando nos é invocada na primeira pessoa).
Pai, palavra de origem latina (patre) que aparece em qualquer vulgar dicionário de língua portuguesa com o significado “aquele que tem um ou mais filhos” (que é o caso, pois foram gémeos do sexo masculino: Afonso e Francisco), “gerador; genitor; progenitor”, “autor”, “protector, benfeitor”…, e que agora ecoa tremulamente no meu espírito.
O ver pela primeira vez um filho é sem dúvida uma experiência única, profunda, criadora/possibilitadora de um conjunto de sentimentos e emoções que ofusca quase toda a racionalidade do ser humano. Aqui as palavras encontram grandes limitações e ficam muito aquém do que foi vivido naquele momento..., como certamente qualquer pai já o sentiu.
E o que é ser pai? Esta é talvez a grande interrogação de todos aqueles que passaram por esta experiência e que ainda hoje procuram uma resposta.
Não sei a resposta a esta questão… O que sei é que ser pai será certamente o maior desafio de qualquer ser humano que se encontra nesta posição; todos dizem que não há receitas, livros de instruções, manuais que revelem a "arte" de ser pai… mas que a grande aventura não pode ser frutífera sem muito amor, alguma intuição, bom senso e uma boa dose de criatividade (como em tudo na vida, mas agora com um sentido muito especial).
Há, com certeza, uma diferença entre o pensar ter um bebé e o cuidar dele, isto é, educar o “nosso” filho...
Por exemplo, como se pega ao colo e se segura a cabecinha, como se muda a primeira fralda, como se dá de comer, como perceber de que se queixa ele quando chora, quando pronunciará ele a primeira palavra e começará a falar, quando aparecerá o primeiro dentinho, etc., tudo grandes dúvidas que a partir deste momento são geradoras de alguma ansiedade…
Tudo isto e outros importantes acontecimentos que ocorrerão num futuro próximo mostram que ao tornarmo-nos pais, esse estatuto não nos confere automaticamente capacidades e conhecimentos necessários que supostamente nesta sociedade ultra-desenvolvida já deveríamos ter.
A responsabilidade de educar uma criança, sem qualquer experiência anterior, é gigantesca e leva-nos por vezes ao medo/receio de fracassar. Contudo, a alegria, a felicidade e o encanto que o dia de amanhã será risonho para estes novos dois seres é superior a toda a incerteza do presente que preenche as mentes de quem é pai. (…)
São imensas as inquietações que surgem já e que nos acompanharão durante os próximos dias, meses e mesmo anos, até os nossos filhos se tornarem autónomos…Não há uma Bíblia, respostas e soluções práticas e definitivas para os desafios que se avizinham… O importante é seguramente apostar na sua educação - apesar de nos encontrarmos em Portugal, um país deveras estranho e confuso... - no seu crescimento e desenvolvimento saudáveis, na realização de relações positivas e espontâneas sem nunca perder de vista as características únicas de cada um…
Boa sorte, filhotes!… Vocês são a alegria das nossas vidas…
Miguel Alexandre Palma Costa
Célia Maria Martins Antunes Costa
Filosofia
Sociedade Portuguesa de Filosofia
Associação Portuguesa de Fenomenologia
Associação de Professores de Filosofia
Revista Portuguesa de Filosofia
Exames Nacionais de Filosofia - GAVE
Crítica - Revista de Filosofia
Psicologia
Associação Portuguesa de Psicologia
Educação
Direcção Geral de Recursos Humanos da Educação
Secretaria Regional da Educação da Madeira
Sindicato dos Professores da Zona Norte
Sindicato Democrático dos Professores da Madeira