“A vida é para nós o que concebemos dela”, escreve Fernando Pessoa (Bernardo Soares) no Livro do Desassossego.
Não sei se a vida é mesmo uma linha recta, julgo até que é uma linha cheia de sinuosidades, desvios, voltas e “revoltas”. Construímo-la sós e com os outros, e depois “abandonamo-la”. Durante o seu curto período de tempo há momentos em que é preciso escolher e decidir, isto é, assumir a dureza da existência mesmo que esta seja efémera e fugaz num mundo – e na sua hipocrisia – onde somos arremessados e que nos é imposto.
Na verdade, neste transitório tempo que assinala as nossas vidas não possuímos mais que as nossas próprias sensações/emoções, e são elas que fundamentam a construção daquilo a que chamamos a realidade/essência da vida. Sim, a vida é provavelmente apenas isto: “um encadeamento de acasos bons e maus, encadeamento sem lógica, nem razão; é preciso a gente olhá-la de frente com coragem e pensar, mas sem desfalecimentos, que a nossa hora há-de vir, que a gente há-de ter um dia em que há-de poder dormir, e não ouvir, não ver, não compreender nada.” (Florbela Espanca).
Hoje, para ti foi esse dia.
Agora, apenas posso dizer-te "adeus"… e até um outro momento em que voltemos a encontrar-nos, a conversar e a estimar.
Sim! A vida é o que nós concebemos dela! E, para já, num momento delicado e triste, concebo que ela é curta, excessivamente curta, apesar de muitos de nós almejarmos - e nos esforçarmos - para que não tenha que ser assim.
Até um dia, "J".
Miguel Alexandre Palma Costa
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